24 de janeiro de 2010

ey

Talvez eu devesse obrigar-me a escrever, fixar metas, cobrar constância. Envivecer o meu blog, fazê-lo menos independente do que eu sou. Sentar ao teclado – com sono, com raiva, lobo, criança, feliz, apaixonado, desejoso de chocolate ou não – e escrever, martelar as tecladas, formar frases, juntar palavras. Talvez o link que eu tanto tento fazer entre meus diversos textos deva ser feito não por mim, mas por quem me lê, e que minhas múltiplas personalidades sejam, não transformadas num todo grande e confuso, mas talvez ‘permanecidas’ cada uma em seu canto, um pequeno texto, de uma frase, de uma poesia, de um ponto de exclamação. Não preciso fazer meu majestoso trabalho de conscientização que normalmente faço de mim mesmo e de meus textos. Repara que em quase todos eles, pareço estar redescobrindo a mim mesmo, ou ao mundo. Um texto, uma descoberta. E as pequenas nuances que os percorrem, os pequenos detalhes, aqueles que só os que me conhecem além dos meus textos – por exemplo os que me conhecem as sobrancelhas, ao olhá-las ali em cima – conseguem perceber. Aqueles olhos, são de medo ou são de convicção? De tristeza ou de raiva? Estava apaixonado? Ou estava morto? E esse texto, é MEU? Faz jûs a mim? Tando faz, porque eu sou feito de tanta coisa que tanto faz. Essa é uma gaveta, é um pólo, é uma personalidade, é um lado, é um tipo, é um EU. E tanto faz se são 4:30 da manhã, ou se esse texto não é bonito, tanto faz se eu não acho que esse texto é bom. Tanto faz, tanto faz, tanto faz. Blá, blá, blá. Blé blé blé.

8 de janeiro de 2010

Poesia.

As lágrimas escorrriam do céu
Brilhando com relampejos noturnos
Faziam-lhe das roupas enxarcadas um véu
Enquanto se provavam o gosto soturno

Dezembro de 2008.