3 de outubro de 2013

Força

Você não confiaria num policial com arma de brinquedo, nem num cirurgião com faca de manteiga. Precisamos de pistolas e de bisturis.

Diga-me: o que pode um escritor cuja língua não é afiada? De que vai te salvar a escrita que não tem o poder de te matar? Não somos inofensivos e por isso não somos impotentes. Somos capazes de ferir, somos capazes de fazer sofrer, somos capazes de sufocar.

Mas você continua querendo uma medicina que não corta; uma ordem sem imperativos; sexo sem penetração; educação sem invasão; arte sem dor; poesia sem sangue; vida sem morte.

Não somos vegetais, meu bem.