26 de outubro de 2018

Prece do tempo

Que em cada palavra contenha-se um pouco de infinito. Que em cada abraço abracem-se multidões. Que em cada gesto de bondade pondere-se a grandeza de mil almas. Que em cada fracasso individual sobrepese-se o olhar gentil de gerações inteiras. Porque na queda, como no júbilo, ombream-se todos os seres. Em gloriosa canção fazemo-nos vento, mar e estrela — já que do nosso carbono é feito o teu carbono. Em ti dormimos e contigo levantamos. Do sempre que veio ao sempre que virá, eis-me aqui.