19 de junho de 2009

não precisa fazer sentido

Ser o autor da própria vida.
Ser responsável pela condição presente e por todas as que a seguirão.
Ser responsável pelo mundo e por si próprio ao mesmo tempo e completamente.
Uma idéia, um novo mundo.

Aplicar consciência sobre o sofrimento é a maior arrogância.
E no entando parece força, e motiva.

Conscientizo-me, vendo o que não quero, e morro, como todos morrem.
Preparando-me para uma nova vida, vivo, e sou finalmente responsável?


Quantas vezes mais morrerei até que minha vida me pertença, até que possa eu dizer "Fui eu", o responsável por isso - o autor disso.

Transformar a vida num roteiro de teatro ao vivo dinâmico e bem-estruturado, não obstante sua inexorável desorganização e tragicidade.

É gostar do que se escreve antes mesmo de ter escrito. É desafiar a noção padrão de tempo e surpassar-se. É avançar no tempo, para poder olhar o futuro como se ele fosse passado e o presente como único futuro-passado, presente.

Não faz sentido, porque o tempo não é lá muito legal; ele não gosta de fazer sentido. Tanto é que, na maior parte do tempo, apenas diz-se dele um existir.

O tempo é, e é o que ele é, pois ele só exerce a função de ser. Nisso, o tempo se compara a Deus. Que é, e apenas é, por apenas ser, e ser o ser, ser o que é.

O tempo é um pouco parecido com Deus...
Ingênuo.

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