5 de novembro de 2009



Quanto tempo demorei p’ra perceber
que
meu amor à prosa era
senão
desconforto com a poesia

esta
que, na verdade, é: isso
, pois,
que flui, que percorre-
-me
que me inunda
é
um medo
de ver nas palavras o seu verdadeiro significado
delas
o verdadeiro insignificado
(Deus, que significa? Nada: mas insignifica tudo)
Caneta, pena, lápis, lapiseira, giz, lâmina.
insiginificantes
poeira
poesia
o medo condensado em prosa;
liquefação das frases
que insignificam,
poesia

2 comentários:

  1. Que saudades que eu senti dos teus posts aqui.
    E, bela maneira de fazer as pazes com a Poesia.

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  2. Desde de que descobri Fernando Pessoa, a poesia vive em mim. Nela, as palavras não precisam ser coesas para existir, simplesmente são, tal como nós.

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