6 de março de 2015

A última fronteira do conhecimento

Em comparação com outros empreendimentos intelectuais — digamos, mapear a genealogia de uma montanha ou rastrear os ricochetes subatômicos de uma explosão nuclear —, amar uma mulher traz as mais maravilhosas recompensas e as mais miseráveis punições. De fato, o cientista que sobrevive a uma paixão dificilmente volta a encontrar desafio ou felicidade em sua carreira: sente ele que os maiores buracos negros já se explodiram, as maiores pontes já se atravessou, a vida mais morta já se ressuscitou. Nada lhe parece digno de sua energia ou capacidade, nada na natureza o espanta, nenhum mistério lhe provoca sequer faisca de curiosidade.

Nada, isto é, senão sua solidão.

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