7 de fevereiro de 2018

Ódio fraternal

Fazer espetáculo da própria tristeza — isso é coisa de poetinha miserável!. Nós, filósofos, fazemos da nossa tristeza teoria. Não a transformamos em objeto para ser fruído, mas em lente com que se frui. Nada escapa às nossas distorções; tudo, tudo há de ser maculado pela tragédia das nossas entranhas. Com olhos sedentos de vingança invocamos nossa força como fosse elemento primordial de Gaia. Conhecemos nosso poder e nossa capacidade de persuasão: há séculos o mundo segue nossas pegadas tristes, pois o único ser mais burro que o filósofo é — — o povo. "Aquele que segue". Ratos de nossas flautas!

Ah, se ao menos soubéssemos usar nossas flautas para compor! mas não. Fungos que somos, não fazemos senão decompor. Somos os responsáveis por, pouco a pouco, destruir cada pedacinho luminoso da alma humana. Nosso "projeto"? Morte sublimada. Para que a humanidade floresça,

Nós, filósofos, precisamos morrer.

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