20 de novembro de 2020

Vela que se apaga

Ficamos como que surdos a nossa própria música. De que modo podemos convalescer, se de nós mesmos abrimos mão? Médico nenhum cura quem da vida já desistiu. Como Ludwig, como Sewerin, devemos compôr não com nossos ouvidos, não com nossos dedos — mas com nossos corações. Que a poesia em nosso interior nos aqueça, luz em meio à escuridão. Luz que esmorece, gota a gota. Veneno que mata devagar. Deixa-me no escuro. Aqui no escuro, onde a vida cai.

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