12 de janeiro de 2021

Reencontro de pátrias

Ah, que doce mais doce: amigo meu, antigo como o vento, voltou a escrever em suas paredes. Que sorriso profundo me habita, que brilhar dos olhos me toma, que eriçar dos pêlos da minha nuca. Meu coração bate mais feliz, porque nesta Terra, depois de longa contusão, voltou um espírito a dançar — suas letras são suas pernas. Mesmo quando dói, quando o joelho lhe arranca a felicidade e o cansaço a preenche por inteiro — perdoa-me, caro Polter Geist, se parece que eu fico feliz com sua miséria: é que eu te amo o nanquim, eu te amo as penas, eu te amo os parágrafos e as palavras tristes. Perdoa que te ler seja o meu encanto.

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