Eu queria que todos os textos que saem de mim viessem de um lugar de abundância. Mas a abundância, em mim, é escassa. Eu só tenho faltas e ausências pra dar.
Nada que eu faço eu faço direito, e nada que é meu direito eu faço. Agora eu escrevo textos ruins, como se eu fosse o fantasma de um escritor famoso — que nunca existiu. "Eu sou nada", repito, fingindo, como se pessoa no mundo soubesse, como se ajudasse.
Mas não é nada mesmo. É só demora e preguiça, moleza e falência. Quem perde a sela cai do cavalo. Revivendo a fome de anos amaldiçoados, mas até a maldição expirou e não sobra nada.
Nada
Nenhum comentário:
Postar um comentário