é ilítero na música —— pobre ateu do coração.
Seu deus não lhe sorri quando lhe faltam flores;
abrochado é o seu peito, que não pulsa sob o Sol — processa o oxigênio todo em vão.
Talvez, se a poesia não fosse sem ponta,
seu bisturi cortasse agora outro tipo de veia.
Mas o médico em seu mar de infinito negro
até o fim desdenha de quem sustenta seu débil ensejo.
Há-se de confiar na luz que guia o nanquim pra longe do preto, como no papel cujo branco distrai o olho da artesã.
Ela é quem teia a mão do destino, que encorda os violinos que em céu de dó e de si abluem o mundo.
Sem companhia, sem áurea nem púrpura, carrega no pé as dores de Adão. Desfaz-se da mágoa do vento, cochicha às nozes o que lhe dói, pisa em falso, cai no pranto.
O deus que antes calava agora dança à canção do seu par. As palavras vazias enchem-lhe a boca, leão do deserto do meu barco que encolhe e encalha
sem nenhum chegar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário