18 de março de 2013

Brincadeira de criança

Existem sentimentos. Existem crenças sobre esses sentimentos. E existem sentimentos que acompanham essas crenças.

Por exemplo:

Ele se sentia triste. Acreditava que tristeza era sinal de fraqueza. Teve raiva de si mesmo, por se achar fraco, por ter se sentido triste.

Ela sentia raiva. Acreditava que sentir raiva mostrava ingratidão. Sentiu-se culpada, por se achar ingrata, por sentir raiva.

Ele sentiu ciúme. Acreditava que sentir ciúme só era possível caso houvesse posse. Sentiu nojo de si, por se achar possessivo, por ter sentido ciúme.

Ele e ela sentiram medo. Os dois acreditavam que medo era conseqüência de um perigo real. Ele passou a acreditar que os negros eram perigosos. Ela acreditava que considerar os negros um perigo, era um crime racista – e se sentiu pecadora.

Asseverar sobre as crenças -- e sobre os sentimentos “secundários” por elas gerados… é divertido, mas um erro. Você nunca estará errado, no entanto, se apenas tentar descobrir quais eram os sentimentos “primários” – desçamos juntos a escada em espiral que nos leva ao nosso cor. E a partir de lá, e apenas de lá, criaremos nossas próprias crenças. E, com eles, outros sentimentos secundários.

Como a criança, sentindo-se forte, que inventa dragões para matar.

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