26 de setembro de 2014

Assenhorando-se de si

É bem raro estarmos tomados por apenas um sentimento. Em geral há uma multidão deles, confusos e embaralhados, brigando entre si por expressão - como se desejassem ganhar materialidade na forma de palavra ou gesto. Que indesejável não deve ser a existência silenciosa e subordinada que a maioria deles leva em nosso interior! Mas não lhes tenhamos pena. Bom jardineiro não pode ter em igual estima a flor e a erva-daninha. Confrontados com a possibilidade de cultivar um sentimento em detrimento de outro, devemos aprender a ser cruéis - é uma questão de estilo e de saúde.

Em quase todos, são a conveniência e o costume que escolhem de que sentimento permitir a expressão. Mas, para os poucos a quem isso soa insuportável, um conselho:

entre a raiva e a culpa, sempre a raiva.

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