1 de maio de 2017

Qualquer o rio que sejamos, seremos mar.

Nosso amor era de uma cronologia epistolar. Não se pode apressar o sentimento como não se pode apressar as cartas. Vêm e vão no seu próprio tempo, indiferentes às nossas ânsias e pressas. Como um rio recém-nascido: à medida que corre vai abrindo as margens que imediatamente passam a lhe dar forma. Assim é o nosso amor em relação a nós mesmos: antecede-nos e, uma vez nascido, jorra com força criando nossas margens. Não se pode apressar um rio nem à força fazê-lo nascer. Nossa tarefa é aprender a amar o nosso destino, que é ser mar. Sem pressa e disposto a tudo receber.

Nenhum comentário:

Postar um comentário