“Faze com os outros aquilo que gostarias que fizessem contigo”
E o que fazer, caso tu tenhas uma tolerância, por exemplo à dor, muito maior que todos ou, pelo menos, que a maioria dos outros? Cabe impor-lhes dor só porque tu mesmo consegues suportá-la? Pois eu te declaro um perfeito – senão sádico – egocêntrico!
Parece-me claro que os únicos capazes de continuar propagando esse tipo de moralidade são aqueles menos acostumados a olhar os outros – aqueles que soltam alívios de conforto narcisista ao se deparar com um imperativo desses, que diz: “Não é preciso enxergar os outros, muito menos se esforçar para conhecê-los: basta olhar para si, e lá a verdade encontrará”.
A raiva que sinto dessas moralidades grossas que se espalham pelo vento só não é maior que a minha tristeza, ao notar que são precisamente os que as espalham os mais incapazes e menos dispostos de conversar a respeito: buscam conforto e salvação, esses ateuzinhos de merda, não mais em um Deus, é verdade, mas em algo muito mais perverso - nos seus próprios demônios.
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