28 de novembro de 2012

“Não é como se eu estivesse apontando uma arma à cabeça dele”

Não, histérica, definitivamente não é. Mas, por um defeito de formação, ele acha que o teu amor por ele está sujeito ao teu bom humor e à subserviência a ti, o que significa que, sim, ele irá te obedecer, ainda que não estejas lhe apontando uma arma à cabeça. É tua responsabilidade, e de todos nós, apontar o ridículo dessa situação.

4 comentários:

  1. E de quem será o dever de apontar, à esse que se diz sempre incapaz de escolher,que escolheu a quem obedecer?

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  2. Normalmente ele percebe que escolheu a quem obedecer - até se orgulha disso. O que é condenável, aqui, não é a falta de escolha; porque na verdade ele escolhe, sim. As pessoas sempre escolhem. Mas ele fez escolhas ruins, e por motivos ainda piores - isso sim deve ser apontado.

    É preciso dizer a ele que não há nada de que se orgulhar em um amor subserviente por uma histérica autoritária. Com isso, ele está apenas martirizando a própria saúde; e nem ele, e nem aquela que ele ama tanto, irão colher os frutos desse martírio. Ou talvez irão: mas serão frutos podres, feitos de sofrimento, tédio e, finalmente, solidão.

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    1. Esse final da sua resposta foi altamente dramático, rapaz... Mas ok... A diferença entre nossos pontos é que eu fui ao geral (e aí eu discordo que há alguma percepção de escolha) e você a um particular que não havia sido exposto.

      Um segundo ponto geral (que independe do gênero do sujeito em questão) que você trouxe muito bem: "o sofrimento faz parte do amor" faz tanto sentido quanto "tem que ser sofrido para ser prazeroso". Parece que estamos falando de uma penosa cura para uma doença ainda pior.

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    2. Eu tinha entendido errado o seu primeiro comentário: tinha-o lido como se fosse uma espécie de crítica, como se você estivesse me acusando de tê-lo isentado da responsabilidade de escolha (quando era o contrário!). Creio que tanto eu como você lhe imputamos essa responsabilidade, a de escolher. E você tem razão: ele raramente se dá conta de que fez escolhas... Ele é muito mais capaz de dizer "Só tenho olhos pra você, meu amor" do que "Apesar de achar as outras bonitas, eu escolho olhar pra você."

      Eu também gostei do final do seu comentário.

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