28 de dezembro de 2015
10 de dezembro de 2015
5 de dezembro de 2015
estágios iniciais do exorcismo
eu queria só
que ele se matasse
e me deixasse viver
em paz
30 de novembro de 2015
A metáfora de Sócrates
24 de novembro de 2015
Coração
O coração perfurado bombeou a última vitalidade
Morreu de tédio quarenta anos depois
Não conseguia abrir os olhos porque os olhos da alma quem abre é o coração
Mas coração perfurado não tem alma e morre
21 de novembro de 2015
9 de novembro de 2015
Ambiguidade existencial
7 de novembro de 2015
10 de outubro de 2015
Canção de vida e morte
3 de outubro de 2015
1 de outubro de 2015
Por amor ao mundo
29 de setembro de 2015
28 de setembro de 2015
Amor-poema em língua estrangeira
As marcas nas nossas paredes
Na dor, mas não pela dor
Duas paixões do encontro
Parindo adultos
Educação religiosa
Em adição às potências anteriores, não substituição
Novos mundos exigem novas defesas
18 de setembro de 2015
29 de julho de 2015
13 de julho de 2015
12 de julho de 2015
O princípio da educação
Tomar decisões corretas não basta. É preciso criar sistemas que tomem decisões cada vez mais corretas com o tempo.
25 de junho de 2015
Entre o grito de dor do porco e o tremor de anúncio da tempestade
Algumas ansiedades são de violino; outras, de gongo.
16 de junho de 2015
Previsão dos tempos
A raiva bem gritada é virtuosa. Esvai-se, como tudo o mais que é vivo e pulsante, ao atingir seu fim. A raiva, como o gozo, só adoece quando contida — e mal contida. Pois para a vida nunca há contenção de fato, apenas adoecimento. O não direcionamento da raiva é antes um mal direcionamento. A raiva não gritada é antes mal gritada. E a tragédia é termos sido, para a raiva, educados nos mais castrantes seminários! De nosso celibato cavernoso medram nuvens de cinismo! Para expôr ao sol o coração, é preciso abrir o peito — rasgá-lo! — e aí não temos senão dentes e garras.
Casamento (arranjado) de conceitos
Para os que, como nós, sofrem de ansiar demais, é questão de bom senso cultivar uma modesta indiferença às nossas ansiedades.
15 de junho de 2015
É possível ser feliz na chuva?
Sim, mas para isso é preciso abrir mão da secura. Recomenda-se, para acelerar a adaptação, banhar-se de poesia.
Saudável (no) ócio
Às vezes é preciso amar antes da hora. Amar o que não se conhece, o que ainda não veio, o que pra sempre está no futuro. Para isso é preciso muita força e saúde. Mas a recompensa é grande: o próprio amor. Porque o amor sempre volta.
8 de junho de 2015
4 de junho de 2015
Navegar é preciso, desprazer não é preciso
É fundamental ter mecanismos para tirar prazer da tristeza e da solidão.
3 de junho de 2015
Todos os nãos o não
O dia mais triste da minha vida foi quando me despedi do meu amor... e não chorei.
24 de maio de 2015
21 de maio de 2015
17 de maio de 2015
Lição para quando nos impotencermos
Mesmo um torturando tem poder, se for ainda capaz de rir-se de seus algozes.
Ineficiência intra-orgânica
Aquele ali não voa, apesar de esbeltamente alado. Ocorre lhe faltarem pernas, sem as quais o seu furioso bater de asas não é senão um desengonçado arrastar-se na lama.
13 de maio de 2015
12 de maio de 2015
Sabotagem
Nossos sentimentos são soberanos. Se os quisermos depôr, será preciso mais que um pouco de anarquia.
10 de maio de 2015
Saborosamente definicional
Pode um compêndio lexical ser pedaço de literatura? Pois que tenhais duas definições, tão incompletas quanto incompatíveis, distantes entre si como a barba marrom de um homem é de sua fidelidade amorosa:
Um livro é um esforco de coerência.
Opressão é vetor de violencia sistêmica.
Todo homem é um dicionário.
5 de maio de 2015
Meia dúzia
4 de maio de 2015
27 de abril de 2015
16 de abril de 2015
27 de março de 2015
Contra os cientistas de helicóptero!
Sobre o mar conhece mais quem em suas águas mergulhou uma única vez do que aquele que todo dia as sobrevoa.
24 de março de 2015
Avante!
Todos os que na vida já quiseram voltar atrás sabem o que é covardia filosófica: o medo de pensar a partir do presente.
23 de março de 2015
"Post hoc ergo propter hoc"
Khrónos é o mais vaidoso dos gregos: de todas as causas assume a paternidade. Chegou até a aprender latim, para figurar nos grandes livros de filosofia.
Não lhes dêmos ouvidos: a natureza é muito mais sutil e misteriosa do que esse gigante ultrapassado nos faz crer. Gaia, afinal, é uma mulher.
6 de março de 2015
A última fronteira do conhecimento
Em comparação com outros empreendimentos intelectuais — digamos, mapear a genealogia de uma montanha ou rastrear os ricochetes subatômicos de uma explosão nuclear —, amar uma mulher traz as mais maravilhosas recompensas e as mais miseráveis punições. De fato, o cientista que sobrevive a uma paixão dificilmente volta a encontrar desafio ou felicidade em sua carreira: sente ele que os maiores buracos negros já se explodiram, as maiores pontes já se atravessou, a vida mais morta já se ressuscitou. Nada lhe parece digno de sua energia ou capacidade, nada na natureza o espanta, nenhum mistério lhe provoca sequer faisca de curiosidade.
Nada, isto é, senão sua solidão.
11 de fevereiro de 2015
Nossas maiores prisões, construímo-las nós
Em nenhuma outra circunstância as pegadas da deliberação e intencionalidade são tão bem escondidas quanto no início de uma paixão. Conforme a paixão míngüa e a energia mantenedora desse escondimento se dissipa, o apaixonado, agora mais velho e mais maduro, sente-se traído quando começa a descobrir essas pegadas, quando começa a descobrir que fora tudo um plano — seu plano.
10 de fevereiro de 2015
Como bons filhos de Heráclio
As pessoas que éramos no passado não têm nenhuma responsabilidade sobre quem somos hoje: elas não nos "criaram" nem "pariram", elas não nos fizeram nada! Nós que lhes fizemos algo: nós as matamos! Somos carrascos, não filhos. Ou será isso que significa -- ser filho?