27 de fevereiro de 2017

Rir-se!

O que torna a criança tão amável? Não é o fato de ser estúpida, como a alguns parece, mas o fato de não levar ela a sério a sua estupidez. O outro lado dessa moeda, igualmente verdadeiro, é o fato de que a sua genialidade — — ela também não leva a sério! Tão leves essas crianças, rindo-se de tudo, de tudo fazendo jogo. É provável que às vezes sequer ela saiba se está sendo estúpida ou genial, desde que ainda não tenha aprendido aquele olhar julgador que inaugura essa divisão. Riamos também nós de nossa estupidez e entreguemo-nos à leniência com nós mesmos. Escrevamos e escrevamos, e certamente escreveremos besteiras e estupidezes, mas talvez escrevamos igualmente uma genialidade ou outra. Desaprendamos, ainda que apenas por um segundo, aquele olhar julgador, bebamos nosso vinho e façamos piada. É carrnaval, meus caros, e também o pensamento precisa se travestir de seu oposto para não perder a lucidez. Ele há de voltar, meu amigo filósofo, não precisas te preocupar.

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